A crise económica iniciada em 1890, prolongou-se pelos dois anos seguintes. As dificuldades financeiras eram inúmeras. Assim, o Governo viu-se na necessidade de procurar soluções. A primeira foi a mudança de política económica: de uma política livre-cambista, que permitia a abertura das fronteiras e a inexistência de taxas nas alfândegas e que, aliada a outros factores, levou o país a decretar a bancarrota, foi substituída pelo proteccionismo (ver ''conceitos importantes'').
Com esta nova política económica, geralmente impantada em momentos de crise, o Estado pretendia isolar a economia nacional aos países industrializados, impedindo a entrada dos seus produtos (sempre mais vantajosos, em maior número e mais competitivos) e aplicando elevadas taxas que, esperava-se, levariam a população a preferir os artigos de produção nacional. Na teoria, o aumento do consumo de produtos nacionais levaria ao aumento da procura interna, conduzindo a um decréscimo do desemprego que, por sua vez, proporcionaria à população maior capacidade de consumo.
As principais medidas tomadas por esta nova política foram, entre outra:
- Oferta de condições vantajosas à agricultura e à indústria, para colocação dos seus produtos no mercado nacional e colonial;
- Consolidação do take-off industrial iniciado no início da Regeneração (difundiu-se a energia do vapor, a mecanização dos sectores têxtil, de moagem e de cerâmica, etc);
- Difundiram-se os avanços tecnológicos da Segunda Revolução Industrial, por exemplo, a indústria química começou a fabricar adubos que beneficiaram a actividade agrícola e tintas que favoreceram o sector têctil;
- Iniciou-se a produção e distribuição de electricidade;
- Surgiram novas indústrais, como a do cimento;
- Muitos outros sectores industriais registaram avanços consideráveis (as conservas, a metalurgia pesada, entre outros).
Operário numa unidade industrial, a CUF (Companhia União Fabril), no Barreiro, inícios do século XX. Esta indústria surgiu no final do século XIX e beneficiou da protecção do governo. |
O ressurgimento da indústria
Com a conjuntura económica que se foi afugurando desfavorável, em toda a Europa, as indústrias foram-se concentrando. Desse modo, surgiram grandes companhias, detentoras de avultados capitais. Exemplos são:
- A Companhia Aliança (têxteis);
- A Companhia dos Tabacos (tabaco);
- A Companhia de Cimentos do Tejo (cimento);
- A CUF (adubos e químicos)
- Entre outras.
Também os transportes e os serviços públicos sentiram o impulso, tendo surgido, tal como no ramo industrial, companhias e empresas, como:
- Caminhos-de-Ferro e Carris (transportes ferroviários);
- Fidelidade e Bonança (seguros);
- Companhia dos Caminhos-de-Ferro de Benguela, da Zambézia e do Niassa (transportes e outros negocios coloniais);
- Entre outros.
Fonte:
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 3ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
Apontamentos do caderno diário
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