Fontes Pereira de Melo, ministro da pasta da Fazenda, foi o responsável pela transformação material que Portugal sofreu durante quase duas décadas. Apostou, então, no desenvolvimento de meios de transporte e vias de comunicação, já que acreditava serem esses os meios essenciais ao progresso e à modernização do país.
Como ele próprio afirmou, perante um deputado que considerava ser necessário um só caminho-de-ferro ao país:
''... a mim me custa a contentar-me com dois''
Assim, empreendeu uma política de obras-públicas, designada Fontismo, com o objectivo de modernizar o país, e voltada para a modernização dos transportes e vias de acesso. As principais realizações do Fontismo foram:
- O investimento na construção rodoviária - a rede de estradas macadamizadas expandiu-se, durante o seu mandato. Os dados falam por si: em média, o país ganhou 300 km de estrada por ano, até 1884.
- O investimento na construção ferroviária - considera-se que o ministro implementou, em Portugal, a Revolução Ferroviária.
Em 1856, inaugurou-se o comboio em Portugal: ligava Lisboa ao Carregado (imagem ao lado).
Oito anos volvidos e já se consumavam a linhas do Leste (Baixo Alentejo) e do Norte (Vila Nova de Gaia).
Nas décadas seguintes, chegou ao Minho, Beira Alta, Trás-os-Montes, Algarve e Beira Baixa.
No final do século todo o país estava ligado por este meio de transporte.
- O investimento na construção de pontes - foi um factor essencial para o sucesso da circulação rodoviária e ferroviária. Assim, Fontes Pereira de Melo procedeu à inauguração de várias pontes - a de D. Maria Pia, a de Viana do Castelo, a de D. Luís, a Internacional de Valença.
A ponte ferroviária D. Maria Pia foi inaugurada em 1877 e permitiu a chegada ao Porto, através do comboio. |
A ponte de Viana do Castelo foi inaugurada em 1878 (na imagem, na actualidade) e permitiu a circulação, quer rodoviária, quer ferroviária |
A ponte D. Luís (na imagem, em construção), inaugurada em 1886, permitia a circulação rodoviária, sobre o rio Douro. |
A ponte internacional de Valença, rodoviária e ferroviária, foi inaugurada em 1886 e permitiu a ligação entre Portugal e Galiza. |
(continua)
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