sábado, 14 de maio de 2011

Regeneração - A crise política e social

O SISTEMA POLÍTICO

O sistema político português funcionava, durante este período, na base do rotativismo partidário (ver ''conceitos importantes'').
Deste modo, alternavam no poder os partidos Regenerador e Progressista. O primeiro nasce no período da Regeneração, como partido conservador oposto ao Partido Histórico.  Foi chefiado e impulsionado até 1887 por Fontes Pereira de Melo. Já o segundo equilibra em si o conservadorismo e as ideias do Partido Regenerador.

Muitas eram as críticas apontadas a este sistema partidário. Tal explica-se pelo facto de nenhum dos dois principais partidos (existiam outros) possuir um programa governativo coerente, pelo controlo da vida política do país, em geral, pela manutenção de membros incompetentes no seu seio, pela sobreposição de interesses pessoais aos interesses da nação e, mais grave de tudo: pela manipulação de eleições em favor próprio.


Mais uma vez, Rafael Bordalo Pinheiro, foi um dos críticos do estado da nação. Desta vez, em termos políticos. Na caricatura ao lado, podem ver-se representados os dois principais partidos: o Regenerador e o Progressista que alternam o seu lugar no topo.





Muitas outras eram as críticas apontadas a este sistema partidário. Tal explica-se pelo facto de nenhum dos dois principais partidos (existiam outros) possuir um programa governativo coerente, pelo controlo da vida política do país, em geral, pela manutenção de membros incompetentes no seu seio, pela sobreposição de interesses pessoais aos interesses da nação e, mais grave de tudo: pela manipulação de eleições em favor próprio.


Assim, o sistema funcionava da seguinte forma:
O monarca escolhia o chefe de um partido e mandava-o formar governo. De seguida, esse partido era encarregado de organizar as eleições. Deste modo, quem ganhava sempre as eleições era o governo, pois manipulava-as em seu favor.

De seguida apresenta-se um poema humorístico do poeta João de Deus, que retrata essa situação:


''Há entre El-Rei e o povo,
Por certo um acordo eterno.
Forma El-Rei governo novo
E logo o povo é do governo,
Por aquele acordo eterno,
Que há entre El-Rei e o povo.
Graças a esta harmonia,
Que é realmente um mistério
Havendo tantas fações
O governo, o ministério
Ganham sempre as eleições.''

João de Deus (1830-1896)


Fonte:
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 2ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
História Essencial de Portugal, Volume 5, 1ª Parte, José Hermano Saraiva
www.infopedia.pt


1 comentário: