A tentativa de derrube do sistema monárquico fracassara. Porém, a opinião pública intensificava a crítica ao governo e, por essa razão, sentiu-se necessidade de reforçar o poder político. Oliveira Martins afirmava que a expulsão dos republicanos seria o caminho a seguir para atingir o fim das reivindicações republicanas:
'' No dia em que o rei expulsar os vendidos da política, o desepero que hoje lança tanta gente nos braços da aventura republicana dissipar-se-á.''
A resolução tomada pelo rei, D. Carlos I, foi a de intervir mais nos assuntos políticos, nomear novas figuras para o governo e pôr em prática algumas reformas que, há muito tempo, desejara.
OS RESULTADOS
Os resultados obtidos não foram satisfatórios: as greves permaneciam e multiplicavam-se, nas ruas os populares manifestavam-se cada vez mais frequentemente, surgiam novas associações revolucionárias, a cedência ao Ultimato Britânico, permanecia fonte de descontentamento.
A ditadura militar
Como forma de acalmar os ânimos no país, D. Carlos nomeia João Franco, chefe de Governo. Esta figura havia sido, outrora, afiliado do Partido Regenerador. Porém, estava, naquela altura coligado com os Progressistas.
Assumiu o poder a 19 de Maio de 1906, detendo com a pasta do Reino. Pouco depois da tomada de posse, Franco discursou em Lisboa, prometendo à nação, ser tolerante e liberal:
- Garantindo liberdade de imprensa;
- Defendendo a descentralização administrativa;
- Libertando os condenados por liberdade de imprensa;
- Iniciando uma rigorosa política de administração financeira;
- Entre outra medidas liberais.
Porém, a oposição do Parlamento e da oposição, assim como os escândalos financeiros, de que são exemplo o ''dos tabacos'' e o dos ''adiantamentos à casa real', fizeram-no mudar de atitude.
Assim, à frente de um novo Governo, a 2 de maio de 1907, institui a ditadura no dia 10. O chefe de governo (imagem ao lado) adopta, então, uma atitude mais agressiva:
- Falta às promessas iniciais;
- Reprime quem lhe resiste, ainda que sejam as próprias leis;
- Dissolve Câmaras Municipais e Juntas de Paróquia eleitas legalmente, demite funcionários, enceta perseguições políticas a republicanos, radicais e, até, alguns monárquicos que nao simpatizavam com a figura régia de D. Carlos I.
- Impõem limites à liberdade de imprensa, de associação e de reunião, entre outras.
Os exaltados ânimos e a crescente repressão, compactuada pelo rei, fizeram com que, a 1 de Fevereiro de 1908, D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe fossem assassinados no Terreiro do Paço, morrendo, também, com eles, o Franquismo.
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Representação do Regicído que vitimou o
rei e o príncipe herdeiro, em 1908. |
ROSAS, Maria Monterroso, COUTO, Célia Pinto do, O Tempo da História, 3ª parte, 1ª edição, Porto, Porto Editora
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